O que a mobilidade tem a ver com a matemática? Para a turma de EJA do Programa Brasil Alfabetizado (PBA) do bairro de Guaxuma, em Maceió (AL), tudo. Por lá, a professora Mirian Rachel de Araújo Berto ajudou os estudantes a pegarem os ônibus corretos ensinando os números.
A atividade desenvolvida foi uma das experiências exitosas selecionadas pelo programa de formação docente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no âmbito do Pacto EJA.
“Conversando com os alunos sobre os direitos fundamentais, incluindo o de ir e vir, descobri que alguns deles precisam da ajuda de terceiros na parada de ônibus para identificar qual linha pegar. Outros, ainda, relataram já terem pego o ônibus errado por não saberem identificar os algarismos”, conta Mirian.
A partir dessa conversa, ela decidiu misturar matemática e mobilidade em uma atividade interativa. “Fizemos com pouco recurso mesmo. Peguei um papel grande, desenhei um ônibus e, em cima do letreiro, coloquei um plástico, onde era possível escrever e apagar os números”, explica a professora. “Então, fomos criando exemplos com as linhas da cidade e conversando, sempre fazendo uma relação com o dia a dia deles”, completa.

Atividade simples teve significado grande na vida dos alunos. Imagem: Arquivo pessoal.
Avanço nas aprendizagens
A professora realizou a atividade duas vezes: uma no início do ano e outra em maio. Comparando os dois momentos, ela percebe o avanço dos estudantes no que diz respeito aos conhecimentos matemáticos.
“Na primeira vez, os alunos demonstraram dificuldade em identificar as centenas. Na segunda atividade, eles já conseguiam compreender esses números com três dígitos e relacioná-los às linhas de ônibus locais”, relata.
Além do conteúdo curricular, Mirian também percebeu que os alunos se sentem hoje mais seguros em andar sozinhos pela cidade. “Ter autonomia e independência é muito importante para eles”, afirma.
Orgulhosa da turma, a professora pretende realizar a atividade mais uma vez no final do ano, para avaliar o avanço nas aprendizagens. “Eu acredito muito no potencial de cada um deles, independentemente da idade, porque eu considero que a Educação tem que ser ao longo da vida. Então, que ela seja ao longo da vida e com significado”, diz Mirian.
Saiba mais
A experiência desenvolvida pela professora Mirian foi exposta em transmissão ao vivo na conta do Instagram do programa de formação da UFPB no âmbito do Pacto EJA, e pode ser conferida na íntegra no perfil @pactoeja.

