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Mensagens do blog por DIMÍTRIA DE FARIA COUTINHO

Culinária leva afeto e aprendizagem para turmas da EJA na Paraíba
Culinária leva afeto e aprendizagem para turmas da EJA na Paraíba

Bolo de milho, bobó de peixe, arroz doce e mungunzá. Essas são algumas das receitas preparadas pelos alunos da EJA da Escola Municipal Francisca Moura, em João Pessoa (PB). Enquanto cozinham, os estudantes também aprendem.

As aulas práticas na cozinha da escola fazem parte do projeto “Vivenciando experiências culinárias: uma proposta didática para EJA”, desenvolvido pelas professoras Poliana Ribeiro dos Santos e Maria do Carmo Campelo de Andrade. A experiência foi uma das selecionadas pelo programa de formação docente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no âmbito do Pacto EJA.

As professoras contam que o tema da culinária surgiu de uma roda de conversa com os alunos, na qual eles demonstraram interesse pela prática. Com isso, surgiu a ideia de desenvolver uma receita conjunta uma vez por mês.

Aprendendo na prática

Alunos cozinhando

Alunos da EJA da Escola Municipal Francisca Moura se engajaram nas experiências culinárias. Imagem: Arquivo pessoal.

Inicialmente, a ideia era trabalhar a alfabetização a partir do gênero textual receita. “Mas quando iniciamos o projeto, paramos para analisar e percebemos que dava para unir todas as disciplinas. Exploramos o currículo e saiu esse trabalho muito prazeroso”, conta a professora Poliana.

Além da Língua Portuguesa, também foi possível abordar a Matemática, com cálculos mentais e noções de porcentagem nas receitas; História, com pesquisas sobre a origem dos alimentos; Geografia, com o estudo sobre tipos de solo e plantio dos ingredientes; e Ciências, com valores nutricionais.

Além dos conteúdos curriculares, o projeto também permitiu muita troca de experiência entre os estudantes, trazendo receitas relacionadas à regionalidade de cada um. As turmas são compostas por alunos entre 38 e 72 anos, e a troca intergeracional também foi bastante interessante, garantem as professoras. 

Professora e turma da EJA

Professora Poliana mostra bolo de macaxeira feito pela turma. Imagem: Arquivo pessoal.

“É uma troca linda de se ver. Quando a gente pensou nas vivências culinárias, considerando as metodologias ativas, foi fundamental incorporar a experiência de cada um deles”, comenta Maria. “E mais gostoso ainda é provar cada receita pronta”, brinca Poliana.

Considerando a realidade socioeconômica dos estudantes, todas as receitas foram adaptadas, sempre focando em ingredientes mais acessíveis, para que posteriormente os alunos pudessem reproduzi-las em casa. As professoras contam que o empreendedorismo também foi incentivado, já que muitos dos pratos desenvolvidos, como é o caso da cocada, podem ser vendidos.

Engajamento

Montagem de fotos de alunos cozinhando

Na foto da esquerda, professora Maria cozinha com os alunos. Na direita, turma prepara ingredientes para nova receita. Imagens: Arquivo pessoal.

Outra vantagem do projeto foi o aumento do engajamento das turmas. Como as experiências culinárias acontecem mensalmente, os alunos ficam esperando por elas e se preparando para cada nova receita, dando sugestões e arrecadando os ingredientes. Nessa hora, estudantes, professores e demais funcionários da escola ajudam. “Essa união de forças é belíssima”, comenta Maria.

As docentes também afirmam que colocar a mão na massa faz os estudantes absorverem melhor o conhecimento relacionado aos assuntos trabalhados, já que suas realidades são levadas em consideração.

“Eu acho inadmissível na EJA o uso de metodologias infantilizadas. Precisamos ter consciência de que estamos trabalhando com adultos e para adultos, e que são sujeitos que já têm suas histórias de vida. Colocar o aluno como protagonista no aprendizado tem que ser a meta de nós professores”, argumenta Poliana.

Saiba mais

A experiência desenvolvida pelas professoras Poliana e Maria foi exposta em transmissão ao vivo na conta do Instagram do programa de formação da UFPB no âmbito do Pacto EJA, e pode ser conferida na íntegra no perfil @pactoeja.


  
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