Pintura, jogos, dança, música, bingo, memorização e muito bom humor. É assim que costumam ser as aulas da professora Everônica Mesquita, que atende a turma de EJA no Lar Vicentino em Rio Branco (AC).
A docente aposta bastante nas atividades lúdicas para se aproximar da sua turma, composta por idosos de até 91 anos. A prática vivenciada por Everônica foi uma das experiências exitosas selecionadas pelo programa de formação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no âmbito do Pacto EJA.
“É muito prazeroso ver eles se envolvendo nas atividades e ouvir eles dizendo: ‘Eu quero aprender’”, comenta a professora.
Fora da sala de aula
O Lar Vicentino é uma casa de repouso e, portanto, os alunos moram lá. O atendimento fora da sala de aula faz parte das iniciativas da Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco, conta Safira Fernandes, assessora pedagógica da EJA na cidade e formadora regional do Pacto EJA.
“Nós que trabalhamos com a EJA sabemos o quanto esse público precisa ser visto e ter políticas próprias. Nós temos salas de EJA em zona rural, em CRAS, centros de convivência. Também trabalhamos com pessoas com dependência química e com pessoas em situação de rua”, afirma. “É uma importância social. A gente tem um compromisso muito grande com a sociedade”, completa.
De acordo com o último Censo, a taxa de analfabetismo no Acre é de 12,1%. “Diante desses números, o mínimo que a gente pode fazer é ampliar as vagas e fazer esse chamamento”, afirma Safira.
Além de ofertar vagas em espaços fora das escolas regulares, Safira enaltece também boas práticas locais, como a desenvolvida pela professora Everônica.
A docente que atua no Lar Vicentino conta que aposta em atividades dinâmicas, e vem colhendo bons frutos. “Eles têm muita vontade de aprender, de conversar, de socializar”, comenta.
Professora Everônica em atividade com os estudantes. Imagem: Arquivo pessoal
Everônica afirma que os estudantes do Lar Vicentino estão em níveis diferentes de aprendizagem, e isso favorece a troca de conhecimentos. Comentários como “vou ajudar meu colega” ou “por que você não tenta fazer assim?” são bastante comuns de serem ouvidos em suas aulas. “Eles se completam, isso que é bonito. Um ajuda o outro”, afirma a professora.
“Eles se sentem valorizados com essa troca. Eu valorizo muito o diálogo e levo em consideração os pedidos e as opiniões deles nas atividades, além do conhecimento que eles já têm. Esse é o momento mais prazeroso da educação: eu aprendo, e não apenas ensino”, completa.
Saiba mais
A experiência desenvolvida pela professora Everônica com o apoio da assessora Safira foi exposta em transmissão ao vivo na conta do Instagram do programa de formação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no âmbito do Pacto EJA, e pode ser conferida na íntegra no perfil @pactoeja.